Governo Provisório (1930-1934)
Quando chegou na presidência, Vargas tomou algumas medidas para assumir o controle político do país.Entre as primeiras providências que ele tomou estão:
a suspensão da Constituição republicana de 1891,
o fechamento doas órgãos do poder Legislativo(como o Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais)
a indicação de interventores ligados ao tenentismo para chefiar os governos estaduais.
Os primeiros interventores não demonstravam sintonia com as forças políticas locais e foram necessárias diversas substituições até se conseguir uma solução harmoniosa. O problema mais sério foi o de São Paulo, cujo interventor João Alberto, um tenente pernambucano, incomodou a elite paulista e o Partido Democrático se sentiu desprestigiado e exigiu sua deposição. O resultado foi que São Paulo, em dois anos, teve cinco interventores.
O que Getúlio pretendia com a indicação desses interventores estaduais era desmontar a estrutura política da 1ª República, baseada no poder dos coronéis-fazendeiros.
Movimento Constitucionalista
A Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 32 ou Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido no Brasil entre Julho e Outubro de 1932 visando à derrubada do governo provisório de Getúlio Vargas e à instituição de um regime constitucional após a supressão da Constituição de 1891 pela Revolução de 1930.
O Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático de São Paulo, que antes apoiara a Revolução de 1930, uniram-se na Frente Única para exigir o fim da ditadura do "Governo Provisório" e uma nova Constituição.
Os paulistas consideravam que o seu Estado estava sendo tratado pelo Governo Federal como uma terra conquistada, governada por tenentes de outros estados e sentiam, segundo afirmavam, que a Revolução de 1930 fora feita "contra" São Paulo.
O estopim da revolta foi a morte de quatro jovens no centro da cidade de São Paulo, assassinados por partidários governistas em 23 de maio de 1932, dando origem a um movimento de oposição que ficou conhecido como MMDC e atualmente é conhecido como MMDCA.
No dia 9 de julho teve inicio a chamada Revolução ou Revolta Constitucionalista, que mobilizou 30 mil homens armados em São Paulo para lutar contra o governo federal.
Depois de três meses de enfrentamentos e muitos mortos e feridos, os combatentes paulistas acabaram derrotados pelas tropas federais, mais numerosas e bem equipadas. Era o fim do movimento.
O governo federal, no entanto, procurou evitar indispor-se novamente com a elite de um estado que embora derrotado militarmente, tinha grande poder socioeconômico. Assim, em 1933 convocou eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, principal reivindicação formal do movimento de 1932.
A Constituição entrou em vigor em 16 de julho de 1934, juntamente a isso o Congresso realizou eleições indiretas e Vargas seguiu no poder, agora como presidente constitucional.
Governo Constitucional
Com a divulgação da segunda Constituição republicana do Brasil, em 16 de julho de 1934, teve início o Governo Constitucional da Era Vargas. Entre as principais disposições dessa constituição, destacavam-se: o voto secreto; o voto feminino (analfabetos, mendigos, militares até o posto de sargento e pessoas judicialmente declaradas sem direitos políticos ainda não poderiam votar); uma Justiça Eleitoral independente; direitos trabalhistas, como : salário mínimo, jornada de trabalho menor que 8 horas diárias, férias anuais, e indenização na demissão sem justa causa, proibição do trabalho para menores de 14 anos, entre outras, Instituiu a eleição Indireta. Estabelecia que após a promulgação dessa constituição, o próximo presidente seria eleito de forma indireta, pelos membros da Assembleia Constituinte.Vargas foi o vencedor, com 175 votos, iniciando seu mandato constitucionalista em 20 de julho de 1934.
Integralistas X Aliancistas
Nesse período de legalidade, houve um destaque para a atuação de 2 grupos políticos com ideologias diferentes : o integralistas, baseados nas políticas nazi-fascistas, e os aliancistas, comandados pelos comunistas e esse foi o principal grupo rival do Governo Vargas.
Ação Nacional Integralista
Em 1932, Plínio Salgado lançou, com outros intelectuais, seu Manifesto à Nação, que defendia o integralismo. Assim, fundava-se o movimento político nacional inspirado nas idéias fascistas e nazistas, que deu origem à Ação Integralista Brasileira (AIB), criada em 1934.Entre as ações e princípios que defendiam, destacavam-se: o combate ao comunismo e ao liberalismo; nacionalismo extremo; um Estado poderoso regido pelo chefe da nação; disciplina e divisão de categorias dentro da sociedade. O símbolo do movimento era a letra grega sigma, e tinham como lema as palavras “Deus, pátria e família”. Obedeciam a uma rígida disciplina, vestiam uniformes com camisas verdes ( sendo conhecidos como camisas-verdes ou galinhas verdes) e desfilavam pelas ruas como uma tropas militares gritando “Anauê!” ( “você é meu irmão”, em tupi). Mas caracterizavam-se por atitudes agressivas em relação aos seus adversários. A AIB conquistou empresários, profissionais da classe média e operários.
Aliança Nacional Libertadora
Uma das principais frentes políticas que se opuseram ao integralismo foi a Aliança Nacional Libertadora, cujos membros eram chamados de aliancistas.Foi fundada em março de 1935 e reunia grupos de várias tendências, como socialistas, anarquistas e comunistas.Um dos principais grupos que a integravam era o Partido Comunista, que funcionava na clandestinidade.Luís Carlos Prestes foi eleito o presidente de honra da ANL, da qual o programa político incluía: combate ao capitalismo e ao liberalismo; estatização de empresas estrangeiras; não-pagamento da dívida externa brasileira; realização de uma reforma agrária, com distribuição de terras para os trabalhadores do campo e combate ao latifúndio. Um dos lemas da ANL era “Pão, terra e liberdade”.Mas o governo Vargas declarou a ANL ilegal já em junho de 1935, ordenando a prisão de seus líderes, alegando que eles tinham a intenção de promover um golpe de Estado no país.
Plano Cohen e a Tomada do Poder
Diante da repressão governamental, os comunistas que participavam na ANL planejaram uma revolta militar contra o governo de Getúlio Vargas, e essa revolta ficou conhecida como Intentona Comunista.
No mês de novembro de 1935, promoveram uma série de rebeliões, Como o próprio significado da palavra intentona, já mostrava que foi uma rebelião mal organizada, e que foram facilmente dominadas pelas forças governamentais.
As eleições se aproximavam e Vargas temia a perda do poder, então se aproveitou da recente revolta da Intentona, e manejou o Plano Cohen, Vargas informou a justiça que os comunistas iriam invadir o pais e aterrorizar a população, e então instituiu o Estado Novo, com o pretexto de que o pais estava em guerra. E essa história não passou de um plano para dar o Golpe de estado, e assumir o poder, Vargas se elegeu sem o consentimento do povo.
Ditadura Varguista (1937-1945)
Em 1937 Vargas declarou o Estado Novo, ou também chamado de Polaca, de inspiração fascista, que suspendia todos os direitos políticos, abolindo os partidos e as organizações civis. O Congresso Nacional foi fechado, assim como as Assembléias Legislativas e as Câmaras Municipais. Nesse cenário de controle ideológico foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), encarregado da propaganda e promoção do regime junto à população. O DIP foi responsável pela censura a órgãos de imprensa e veículos de comunicação, sendo um instrumento estratégico na propagação de exaltação da política governamental.
O apelo direto às massas era uma marca da demagogia populista e da relação dos dirigentes nazistas e fascistas com a população, e Vargas soube tirar proveito máximo dessa estratégia. Fomentando o sentimento nacionalista em torno da ameaça do comunismo, a ditadura conseguia um apoio popular massivo. Este sentimento crescia ainda mais diante dos esforços industrializantes do governo, que aceleravam o desenvolvimento econômico e a entrada do Brasil no contexto internacional.
Como vemos, o Estado Novo conjugou autoritarismo político e modernização econômica, sob um pano de fundo nacionalista e fascista. A relação que a ditadura varguista estabelecia com a sociedade era de controle e vigilância. Foi instituído o sindicato oficial, filiado ao Ministério do Trabalho, e abolida a liberdade de organização sindical. As relações entre trabalhadores e patrões ficavam assim sob controle do Estado. Vargas ao mesmo tempo que era a favor do direito do povo, ele era manipulador, e o usava para ter o poder.
Brasil na 2ª Guerra Mundial e o Fim do Estado Novo
A situação do Brasil na segunda Guerra Mundial se mostrava completamente indefinida. Ao mesmo tempo em que Vargas contraía empréstimos com os Estados Unidos, comandava um governo próximo aos ditames experimentados pelo totalitarismo nazi-fascista. Dessa maneira, as autoridades norte-americanas viam com preocupação a possibilidade de o Brasil apoiar os nazistas cedendo pontos estratégicos que poderiam, por exemplo, garantir a vitória do Eixo no continente africano.
A preocupação norte-americana, em pouco tempo, proporcionou a Getúlio Vargas a liberação de um empréstimo de 20 milhões de dólares para a construção da Usina de Volta Redonda. No ano seguinte, os Estados Unidos entraram nos campos de batalha da Segunda Guerra e, com isso, pressionou politicamente para que o Brasil entrasse com suas tropas ao seu lado. Pouco tempo depois, o afundamento de navegações brasileiras por submarinos alemães gerou vários protestos contra as forças nazistas.
Dessa maneira, Getúlio Vargas declarou guerra contra os italianos e alemães em agosto de 1942. Politicamente, o país buscava ampliar seu prestígio junto ao EUA e reforçar sua aliança política com os militares. No ano de 1943, foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), destacamento militar que lutava na Segunda Guerra Mundial. Somente quase um ano depois as tropas começaram a ser enviadas, inclusive com o auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB).
A principal ação militar brasileira aconteceu principalmente na organização da campanha da Itália, onde os brasileiros foram para o combate ao lado das forças estadunidenses.
O brasil venceu e segunda guerra mundial ao lado dos Aliados. Só que o país vivia uma situação contraditória, pois lutava pela democracia no exterior, combatendo fascismo, mas vivia sob um regime ditatorial. Com o apoio da grande imprensa, os intelectuais, estudantes e operários e iniciaram um movimento pela redemocratização do país. Pressionado, o governo prometeu eleições gerais, diminuiu a censura à imprensa e permitiu a abertura politica e a volta de partidos políticos. A oposição se organizou num partido, chamado UDN (União Democrática Nacional) as oligarquias rurais, banqueiros industriais e parte da classe média formaram o PSD (Partido Social Democrata) e os dirigentes sindicais criar o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).O governo norte-americano não aceitava a política nacionalista de Vargas, que dificultava a entrada de capitais privados daquele país.
Queremismo e deposição de Vargas.
Durante a campanha eleitoral, surgiu um movimento liderado pelos trabalhistas, chamado “Queremismo” que defendia a convocação de uma assembléia constituinte e a continuidade de Getúlio. Os setores nacionais de oposição, ligados aos estados unidos e apoiados por parte das forças armadas, conspiraram para derrubar o presidente. Em e outubro de 1945, um golpe de estado liderado pelo General Góis Monteiro, depôs Getúlio Vargas. As eleições se realizaram e o vencedor foi Marechal Eurico Gaspar Dutra.
Características e Benefícios trazidos pela Era Vargas
Vargas além de ter sido um governo ditador, ele adotou diversas mudanças que favoreceram o país. Com relação a economia ele adotou medidas bastante intervencionista, como adoção de políticas com o objetivo de visar o desenvolvimento industrial.
Com relação ao plantio do café, ele criou políticas para evitar a superprodução do produto, criou a política de valorização do café, em que eram queimadas toneladas do produto para estabilizar o preço.
Vargas também tinha o objetivo de substituir importações de artigos estrangeiros por produtos fabricados no Brasil. Por isso foi necessário estimular o desenvolvimento industrial no país, assim Vargas aumentou as taxas de importação o que elevou os preços dos produtos estrangeiros e diminuiu os impostos sobre a indústria e o consumo de bens nacionais.
Ele também investiu na criação de empresas estatais com o objetivo de atuar nos campos siderúrgicos e de mineração, como a Vale do Rio Doce. O governo Vargas procurou sistematizar e promover uma legislação social e trabalhista voltada para essa grande massa de trabalhadores urbanos criou leis trabalhistas que favoreceram o trabalhador, recebendo o seu apoio.
Todas essas leis e políticas adotadas durante o seu governo o lhe transformou em um político populista, que favorece a todos, por isso foi chamado de "pai dos pobres" durante toda a Era Vargas.
Saiba +
http://www.youtube.com/watch?v=RuQ7_Lxvpf8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=phv-JRMqH-Q
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